+

Hepatite B

O QUE É A HEPATITE B ?

A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ser aguda ou crônica. É causada frequentemente por infecções virais. Os principais vírus da Hepatite são: A, B, C, D e E. Dentre estes, o vírus da Hepatite B é um dos mais importantes.

 

COMO DETECTAR A HEPATITE B?

Existem exames bioquímicos que detectam o vírus da Hepatite B (HBV), que faz parte da família Hepadnaviridae. Esta detecção se dá pela presença de marcadores sorológicos, que são os antígenos HBsAg, HBcAg e o HBeAg, que é um marcador da replicação viral. Também é possível detectar os anticorpos produzidos pelo corpo.

 

QUAL A IMPORTÂNCIA DA PCR NO DIAGNÓSTICO DA HEPATITE B?

O HBV possui 8 subtipos, ordenados de A-H, devido à pequenas diferenças no conjunto de genes de seu DNA. Estudos indicam a relação entre o subtipo, a gravidade da doença e o seu prognóstico. Algumas das técnicas utilizadas para se fazer a diferenciação do vírus são: sequenciamento do genoma viral completo ou parcial, que irá indicar a sequência dos genes, detectando assim o subtipo, PCR e suas variações, que vão indicar a presença do subtipo, mas nem sempre irão diferi-los.

Quando se estuda o vírus, pode-se também detectar a presença de genes mutados que conferem resistência do HBV aos medicamentos ou que dificultam a análise da carga viral. Um exemplo é a região Pré-C que codifica o antígeno HBeAg detectado pelo organismo quando o vírus está se replicando. Se esta região do material genético está mutada, não há produção do antígeno HBeAg. Assim, ocorre a replicação, mas o antígeno não é produzido.

Portanto, se a região Pré-C está mutada, o HBeAg será negativo no exame. Neste caso, o HBeAg não é suficiente para determinar se o vírus está se replicando, isto é, se a doença está na sua forma aguda ou crônica. Esta é uma das mutações mais comuns do vírus HBV e pode levar à confusão no monitoramento da doença.

 

 COMO INTERPRETAR O RESULTADO DO EXAME?

O exame molecular associado com outros exames sorológicos é importante para definir as fases da doença que são:

  1. Imunotolerância: elevada replicação viral mas sem lesão hepática
  2. Imunoclearance: replicação viral com lesão hepática sugerida por alterações nos exames sorológicos.
  3. Portador inativo: níveis muito baixos ou indetectáveis de replicação viral com exames sorológicos normais. No entanto, ainda há a presença do vírus no organismo.
  4. Reativação: nesta fase ocorre o retorno da replicação viral. Para acompanhamento recomenda-se determinações da carga viral ( DNA quantitativo), pelo menos a cada seis meses.

O resultado da carga viral pode ser: detectável, quando houve a detecção do DNA do vírus ou não detectável, quando não foi possível fazer a detecção. Também é emitido o valor em Unidades Internacionais/ mL. De acordo com a norma internacional NIBSC Code 97/746, 1 Unidade Internacional (UI) equivale a 5,26 cópias do DNA viral. Ou seja:

 Número de cópias do HBV-DNA/mL = Valor da UI/mL x 5,26 cópias

Para avaliar a eficácia do tratamento, deve-se analisar os exames sorológicos e também a carga viral. O tratamento procura negativar o HBeAg e o HBV-DNA ou pelo menos mantê-lo abaixo de 2000 UI/mL.

 

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, D. Importância clínica dos genótipos do vírus B. Gazeta Médica da Bahia, v. 79, n. 1, 2009.

ALVARIZ, R.C. Hepatite crônica pelo vírus B (HBV). Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto. v. 5, n. 1, 2006

PARANÁ, R.; SCHINONI, M. I.; OLIVEIRA, A. P. Diagnóstico e Monitorização da Hepatite B. O aBc das Hepatites: manual clínico para o manuseio e prevenção da Hepatite B. São Paulo: Bristol-Myers Squibb, p. 65-70, 2008.

RONCATO, M.; BALLARDIN, P.A.Z.; LUNGE, V.R. Influência dos genótipos no tratamento da hepatite B.Rev HCPA, v. 28, n. 3, p. 188-93, 2008.

Disponível em: http://www.centrodegenomas.com.br/Arquivos/1/Carta_Molecular_N21.pdf

Disponível em: http://www.hepcentro.com.br/hepatite_b.htm

Disponível em: http://www.who.int/csr/disease/hepatitis/HepatitisB_whocdscsrlyo2002_2.pdf?ua=1

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o Tratamento da Hepatite Viral Crônica B e Coinfecções. Brasília-DF, 2009. Disponível em: http://www.sbhepatologia.org.br/pdf/politicas_publicas/hepatiteB.pdf