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Fragmentos da obra

Obra: SINCRONODESTINOS. POEMAS-FRACTAIS

CONCHAS I
lusco-fusco do beijo absorto
a lanterna da hora inexata
alameda de fluidos da origem...

a saliva incontida declara
tá na cara essa orla de rastros
de desejos estendidos na areia
dessa praia deserta, emersa...

essas lascas de conchas à solta
nesses elos da mente à deriva
esse ar que penetra narinas
essas línguas, serpentes na pele...

esses olhos atentos no escuro
desses seres que orbitam confusos
trajetórias constantes no espaço...

esse abraço do mar com o horizonte
é maior que meus passos adiante
é mais vasto que tua voz mais distante
é espuma do sal que adere
nesses poros, suores, entranhas...

não!
palavras, acentos e riscos...
nem poemas definem a saga...
o clamor dessas almas errantes...

 

CONCHAS II
lusco-fusco do beijo absorto
esses olhos atentos no escuro
a lanterna da alma desnuda
desses seres que orbitam confusos

absurdo da hora inexata
trajetórias constantes no espaço...
alameda de fluidos da origem...
esse abraço do mar com o horizonte

a saliva incontida declara
é maior que meus passos adiante
tá na cara essa orla de rastros
é mais vasto que tua voz mais distante

o desejo estendido na areia
é espuma do sal que adere
dessa praia deserta, emersa
nesses poros, suores, entranhas...

essas lascas de conchas à solta,
não!
palavras, acentos e riscos...
nesses elos da mente à deriva
nem poemas definem a saga...
esse ar que penetra narinas
o clamor dessas almas errantes...
essas línguas, serpentes na pele...

CONCHAS III

 

lusco-fusco, nesses olhos atentos
a lanterna de seres absurdos
trajetórias, alameda, esse abraço

a saliva é maior, tá na cara...
é mais vasto de desejos,
é espuma...
dessa praia deserta nos poros

essas lascas de mente,
não! palavras!
nesses elos da pele,
nem poemas

esse ar que penetra e adere
ao clamor dessas almas à solta,
essas línguas nas conchas,
entranhas...

 

CONCHAS IV

 

os fluidos da origem no espaço
as entranhas das conchas à solta

essa mente à deriva, e riscos
dessa alma desnuda no escuro...

esse beijo estendido na areia
nessa hora inexata que adere

esse mar com horizonte declara
as entranhas da saga, as narinas
desses riscos do sal mais distante
nessas línguas que orbitam na pele...

 

 

 

CONCHAS V

 

os meus passos errantes são seres,
são lanternas na pele da areia.
são desejos de entranhas no escuro,
como lascas e riscos, serpentes.

as palavras aderem à espuma,
sal da mente confusa à deriva,
o clamor desse abraço nos poros.

esse ar de suores no escuro...
essa cara define o poema.
esse mar de narinas no espaço...
os acentos errantes são riscos,
essa orla de línguas nas chagas...

 

 

 

CONCHAS VI

 

são confusos os espaços, entranhas...
são distantes os poros da origem
são de riscos as línguas, poemas...
são errantes os mares na cara...

lusco-fusco, meus passos são sagas
nesses elos, espuma nas conchas...
esse vasto dos olhos, horizonte...
essa alma adiante, inexata...

esse mar de serpentes à solta,
tua voz estendida no escuro:
são acentos na pele, palavras
são os riscos, clamor dos fluidos...

 

 

 

CONCHAS VII

 

as palavras derivam na pele
são as línguas que acenam no escuro
nesse mar de serpentes nas chagas
são acentos, são riscos, nos poros.

meus desejos aderem na espuma
são espaços errantes, entranhas.
o clamor tá na cara: poema!
essa orla de sal são lanternas.

essa mente são passos à solta
são as almas adiante, confusas
são as lascas inexatas, são elos
são o vasto horizonte nos olhos...

 




CONCHAS VIII

 

o clamor são os fluidos da origem
as entranhas são riscos inexatos
o que adere na língua são conchas
são as praias, poemas à solta

alameda na cara, desejos
as palavras são lascas da mente
os desejos são areias distantes...
são os poros de acentos na pele.

o deserto de espumas, suores
é tua voz incontida, saliva.
são os rastros de serpentes no escuro
lusco-fusco emerso, confuso.


CONCHAS IX


Os poemas são seres à deriva
São clamor dessas almas errantes
São as línguas que orbitam confusas
São as vozes dessa mente no escuro

Nessas conchas, na praia, à solta
Vastos poros, suores, na areia
Os desejos que aderem na pele
São atentos e penetram a origem

Os meus passos no sal mais distante
São espumas, são elos, horizonte...
Os meus olhos, serpentes nas sagas
São acentos da hora absurda.