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Dados biográficos

 

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Júlia Maria da Costa (1844-1911) nasceu em Paranaguá-PR. Algum tempo depois da morte do pai, Júlia e a família mudaram-se para São Francisco do Sul-SC, onde fixaram residência. Na juventude Júlia apaixona-se por um jovem poeta, Benjamin Carvoliva, cinco anos mais novo que ela. O namoro dos dois deu-se às escondidas por algum tempo até a mãe da jovem descobrir o relacionamento e exigir dele um compromisso mais sério. Pressionado a assumir o compromisso, além de não responder à mãe da jovem, o poeta deixa de vê-la e de responder às suas cartas, com o pretexto de que estava destinado à carreira eclesiástica. Vendo-se sozinha e abandonada pelo amado, Júlia aceita casar-se com o pretendente Francisco da Costa Pereira, por imposição da família, uma vez que não lhe resta outra saída, pois contava com 26 anos, já considerada solteirona e, além de tudo, pobre. O comendador, vinte e nove anos mais velho que ela, era um homem rico, de prestígio político e social em São Francisco do Sul. Poderia proporcionar à jovem uma vida de conforto, luxo e badalações no meio social da pequena cidade. O casal Costa Pereira, além de frequentar as rodas sociais, reuniam as pessoas de suas relações e as melhores famílias da sociedade nos muitos bailes e serões familiares que realizavam em sua residência. Assuntos femininos como afazeres domésticos não eram de sua simpatia, mas discussões políticas e participação nas rodas de debates intelectuais tomavam toda a atenção de Júlia da Costa. A despeito de parecerem um casal perfeito e feliz, Júlia da Costa imprimia em seus poemas melancolia, tristeza, saudade, a natureza, o amor a exemplo dos maiores românticos que figuravam no Brasil naquela época. Há que se elencar ainda a herança de Casimiro de Abreu – a musicalidade e o ritmo. Ausência, perda, a dor de viver, a angústia, desejo da morte, falta de esperança e solidão são temas os recorrentes da escritora, apontados pela crítica.